domingo, 3 de junho de 2007

O PRIMEIRO PODER
Ao descobrir que a mídia era o Quarto Poder, o governo logo tratou de transformá-la no Primeiro Poder. A força da máquina pública, paulatina e tilintantemente, garante que não volte jamais a ser o Quarto.
SLOGANS - Quanto mais fraco um governo, mais forte a sua propaganda. Mais necessita sobreviver de slogans. A vassoura de Jânio não varreu a corrupção; ele foi varrido. A caça aos marajás, cassou Collor. O Ame-o ou Deixe-o, deixou de lado a Redentora. Um dia - quem viver verá - se há de descobrir que Fome Zero não enche barriga; que a Luz que Reluz tanto quanto cegar pode atropelar. Este é o Poder do Slogan que fascina a massa. A Coca-Cola está aí e não deixa ninguém mentir.

O GOLPE - Os poderes constituídos padecem da síndrome do Golpe de Mídia.

FALSAS NECESSIDADES - O supermercado da esquina, pertinho de todos nós, está longe de ser um shopping center, mas já é um showroom de mídia. Por indução, o cliente sai cheio de pacotes com falsas necessidades.

ARTIFÍCIO - Um Estado fraco só é forte no artifício, na arte & manha da mídia.

EXERCÍCIO - Quando chegou ao Palácio, mais do que um programa de governo, o grupo que manda no Brasil tinha um projeto de poder. Hoje, mais que um projeto de poder exercita o Golpe da Mídia.

MANGUEIRAS - O poder da mídia ultrapassa a força do Estado Nacional. Seu combustível é o dinheiro que é bombeado pelas mangueiras da máquina administrativa para a manutenção do status quo.

O ÚLTIMO - O Quarto Poder, feito Primeiro pelos canos oficiais, é o torniquete que estrangula críticos, estraçalha opiniões antagônicas, amordaça o direito de expressão. O Quarto Poder só é Primeiro Poder porque tem o sotaque da voz do dono; porque condiciona a consciência coletiva contando a história oficial. Fora disso é o Último. E como os outros três, não emana do povo.

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