segunda-feira, 13 de agosto de 2007



RESPINGUE-PONGUE
O Herói Band-Aid
PERG. – O senhor é mesmo o quê?
RESP. – Criador.
PERG. – De gado?
RESP. – E de caso...
PERG. – Caso, tipo assim, bronca?
RESP. – Tipo assim, tapas e beijos...
PERG. – Então, o senhor é barranqueiro?!?
RESP. – Com o gado não. Mas vou aos trancos e barrancos.
PERG. – E vai sozinho.
RESP. – Levo laranjas comigo...
PERG. – Laranjas?
RESP. – É. São para o rebanho.
PERG. – Mas, não é pasto?
RESP. – Pasto é pra quem cai de quatro e sai pastando.
PERG. - Como assim?
RESP. -
Os que avacalham têm que pastar...
PERG. – O senhor diria que é uma empreitada difícil?
RESP. – Que nada, tenho um bom empreiteiro.
PERG. – É dura a vida de roça?
RESP. - Eu gosto de roçar.
PERG. - Eu falo da vida de fazenda...
RESP. – Não, a gente passa o tempo com rádio no bolso.
PERG. – Desculpe, mas essa vida não é uma bosta?
RESP. – Que nada, a gente enrola com jornal.
PERG. – E o que sobra desse embrulho?
RESP. – Uma cadeira no Senado. Dá pra gente se acomodar.
PERG. – É o que lhe sobra do embrulho?
RESP. – Não, é o que sobra das moscas que ficam na volta.
PERG. – E ali, o senhor tira o corpo fora?
RESP. – Tiro tudo; mas dali não saio, dali ninguém me tira...
PERG. – Por que razão?...
RESP. – É que ali, mato fácil um leão por dia.
PERG. – Leão?!?
RESP. – É. O da Receita...
PERG. – E vale a pena?
RESP. –
É que eu gosto de viver perigosamente... Com licença.
PERG. - Ei, aonde o senhor vai?
RESP. - Vou pegar o meu berrante... Daqui a pouco é Natal. Preciso de vacas de presépio.



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